As crianças, de uma maneira geral, gostam de animais e por vezes são elas as primeiras a pedir para que um animal de estimação seja adoptado pela família.
Está estimado em 1,9 milhões o número de cães e em 1,5 milhões o número de gatos existentes em Portugal.
Quase metade dos lares portugueses têm um ou mais animais de estimação, o dobro da média europeia.
Os animais de companhia completam um desejo humano básico ao oferecerem amor e afecto incondicional, e a sua dependência faz-nos sentir necessários e importantes por proporcionarem uma amizade intocável e sem julgamentos.
Além de tudo isto, e contrariamente ao que muitas pessoas julgam, ajudam-nos a viver mais felizes e saudáveis.
As crianças, de uma maneira geral, gostam de animais e por vezes são elas as primeiras a pedir para que um animal de estimação seja adoptado pela família.
A resposta a este pedido tem de ser muito bem ponderada, tendo sempre em linha de conta o estilo de vida da família e o que cada elemento da família pensa e está disposto a fazer, pois um novo animal pode alterar a estrutura familiar e portanto terá que ser aceite por todos.
Adquirir um animal de estimação é, sem dúvida, um facto marcante na nossa vida e, como tudo, tem prós e contras. Mas estes últimos podem ser perfeitamente contornados.
1. Um animal de estimação é uma forma de promover a comunicação quer na criança quer no adulto, e entre adultos e crianças, facilitando a interacção social e sendo um tema de conversa seguro entre as pessoas.
2. Os animais são companheiros e ouvintes, com quem podemos desabafar problemas, medos e preocupações, sem recear qualquer tipo de censura. A verdade é que estes nossos amigos podem ser verdadeiros terapeutas silenciosos.
3. Os animais de companhia podem proporcionar tempos de qualidade e diversão, pois são companheiros incomparáveis e incansáveis de brincadeira. Este facto pode ser particularmente importante para levar as crianças para espaços ao ar livre e retirá-las de casa, da frente dos computadores e dos televisores, promovendo uma vida mais saudável, melhorando a sua saúde e prevenindo certas doenças como, por exemplo, a obesidade. Além disto, brincar é um processo essencial no crescimento social, intelectual e cívico das crianças.
4. O contacto com animais ajuda a relaxar e a diminuir os índices de ansiedade, estando provado que acarinhar um cão ou um gato é um acto inconsciente de meditação, que diminui o stress, ajudando a reduzir os valores de tensão arterial, melhorando os indicadores de stress a nível cardiovascular, comportamental e psicológico.
5. Segundo os estudos mais recentes, a exposição precoce (desde o nascimento ou durante o primeiro ano de vida) da criança a animais diminui a probabilidade de virem a sofrer de alergias. Inclusivamente, acredita-se que a exposição da mãe a animais de companhia durante a gravidez pode ser relacionada com maior resistência imunitária do bebé e menor probabilidade de este vir a sofrer de asma.
6. É certo que o animal de companhia será obviamente mais uma sobrecarga de trabalho para os pais (pois serão eles que mais frequentemente terão de cuidar do animal de companhia), mas é também uma forma de responsabilizar a criança por funções que deve realizar, ganhando senso de independência e disciplina que a ajudará a amadurecer e a tornar-se num adulto responsável. Fazê-la-á também compreender o quão valiosa é uma vida que depende de nós e o quão valiosos são os nossos amigos.
7. Os animais de companhia ajudam a criança a preparar-se para as situações da vida, como por exemplo o nascimento, a reprodução, a doença, a morte, os acidentes, aprender a partilhar o pai e a mãe com um irmão, lidar com assuntos médicos/de doença (com as visitas ao veterinário), etc.
Concluindo, quer seja junto de um adulto, de uma criança ou de um idoso, um animal de companhia promove um sentimento de preenchimento interior, de bem-estar geral e diminui os sentimentos de isolamento e solidão. Há inclusivamente estudos que indicam que as crianças que têm animais de companhia, nomeadamente cães, são em geral menos egocêntricas.
Dária Rezende - Serviço de Pediatria do Hospital de São Marcos, Braga
Jorge Ribeiro - Veterinário, Clínica de Animais de Companhia do ICBAS - Universidade do Porto.
16 comentários:
Ola minha chérie... a minha realidade com animais é outra, nunca maltratei mas nao estou nada habituada a eles. Nunca tive caes e gatos em casa pq minha irma tinha alergia. Enfim, tu compreendes. Beijos cheios de carinho.
Sim, um animal de estimação faz parte da familia, pelos menos é assim que penso.
Ainda ontem "perdi" imenso tempo na varanda a observar o meu novo hospede gatinho.... que afinal trouxe outro lolololol mas isso é uma história para mais tarde. É super relaxante vê-los brincar, espreguiçar, comer, enfim.... não entendo como são capazes de lhes fazer mal e abandona-los como se de um saco do lixo se tratasse.
se eu precisasse de uma justificação para ter o meu sebastião... aqui estava!!
beijoca da tia!
"Quase metade dos lares portugueses têm um ou mais animais de estimação, o dobro da média europeia".
QUEREM MELHOR PROVA DO NOSSO ATRASO?
"Os animais de companhia completam um desejo humano básico ao oferecerem amor e afecto INCONDICIONAL, e a sua DEPENDÊNCIA faz-nos sentir necessários e importantes por proporcionarem uma amizade intocável e SEM JULGAMENTOS".
Ora pensem comigo: amor e afecto incondicional, dependência, sem julgamentos!!!
Sabemos, agora, que é fácil amar os animais, difícil é amar as pessoas, porque nos colocam condições, são independentes e Julgam as nossas acções.
Amemos, pois, os animais já que é tão difícil amar as pessoas!!!
Não concordo nada com o Mário. Quem ama os animais prova que consegue amar as pessoas também.
Yshmeen & all:
Só para dar mais um exemplo dessa discussão:
http://glosa-crua.blogspot.com/2006/08/os-fiis-amigos.html
Beijinh*s :-)
Sininho:
Hoje escrevi sobre objectos e pessoas; mas é tão evidente que o mesmo seria falar em animais...
Beijinh*s :-)
Senhor Mário, eu tenho a certeza que o Senhor não sabe o que é amor, e tb tenho a certeza de que o Senhor é um mal amado, os seus comentários neste blog, teem sido de forma a que eu constate isso a cada comentário que faz. Mas continue, pois eu estou a adorar ver como o Senhor é infeliz
Sininho
Nem tudo o que parece È! Não julgues a minha vida amorosa pelas minhas opiniões sobre o amor aos animais. Apenas desejo que vejas este assunto de outro ângulo, saibas que há outras maneiras de amar os animais e que eu discordo da tua maneira de os amar.
Só isto e apenas isto.
Mesmo que te custe acreditar, fica a saber que gosto do teu blog e até te conheço ... acima do Douro a vida sorri!
E larga o "senhor Mário" porque a juventude não tem senhores..
"Sabemos, agora, que é fácil amar os animais, difícil é amar as pessoas, porque nos colocam condições, são independentes e Julgam as nossas acções.
Amemos, pois, os animais já que é tão difícil amar as pessoas!!!"
E os animais não nos colocam condições, não são independentes e não nos julgam pelas nossas acções? Não são peluches, certamente...
Sim, amemos os animais e as pessoas em níveis diferentes, claro. Mas pelo menos os animais não costumam atraiçoar, matar por prazer, vender-se por dinheiro, etc... Essa será sempre uma vantagem.
Mário Moreno,
No início também as crianças assim o são: dependentes, sem exigências, "fáceis de se ter para nós" (e daí, também, tanta maternidade motivada por movimentos alegadamente substitutivos, mas enfim!). Com o seu desenvolvimento, porém, vamo-nos apercebendo até que ponto estão os progenitores capazes de amar o filho pelo que esse tem de exclusivo, e não pelo que se lhes assemelha ou aceita sem contestação, ou pelo afecto que lhes empresta a troco do que de necessário à sua sobrevivência lhe dão.
("Ter rosto e ser único: o binómio da resiliência" [da criança], para Coimbra de Matos, figura grande da psicanálise portuguesa).
Até aí, estamos entendidos.
O pior é a partir daí...
É que, se formos capazes de amar incondicionalmente o outro, os nossos pares, os nossos familiares, os nossos descendentes, e outros pelo caminho... Não poderemos amar os animais?...
E esses, para além da dependência que nos têm e do hábito que lhes criámos, não seriam capazes de nos escolher de entre os demais, apenas porque fomos nós que lhes garantimos prazer e bem estar, e uma certa sensação de segurança, de confiança e de estima?
PRONTO, ESTÁ TUDO DITO!
Depois das palavras de APC eu fico em paz. Ele (ela?) colocou o problema, de forma inteligente e bela, no seu devido lugar. Para mim os BLOGs são isto, também: espaços de debate, de polémica quando necessário.
E TRANCREVO:
"É que, se formos capazes de amar incondicionalmente o outro, os nossos pares, os nossos familiares, os nossos descendentes, e outros pelo caminho... Não poderemos amar os animais?.." CLARO QUE, nesta ordem de valores, OS ANIMAIS SÃO DIGNOS DE TODO O AMOR.
... Nem sempre por essa ordem de valores, eheheheh...
Mas pronto... "Amigos"?
;-)
Pouco conta a ordem de valores, claro. AMIGOS!
Já agora, e sem querer ser intrometida (mas sendo!)... Alguma vez sentiu o desconforto de comunicar virtualmente com alguém que não sabe quem é mas que lhe diz que o conhece sobejamente bem?
...
Vá...!;-)
PS - Será que vou apanhar?...
apc
Não bato em pessoas. Arreio no que me parece digno de ser emendado. Com o que não tem remédio nem gasto tempo.
"Alguma vez sentiu o desconforto de comunicar virtualmente com alguém que não sabe quem é mas que lhe diz que o conhece sobejamente bem"
Também não conheço apc. Conheço outros blogueiros e o que conta comentar é a interrogação acima transcrita.
Não vale a pena fazermos de virgens púdicas. No mundo da NET todos encontramos quem finja o que não é, e quantos resistem a parecer quem não são?
GRAVE SERÁ USAR A NET COMO ESCONDERIJO PARA EMBOSCAR E FAZER MAL A QUEM SE CONHECE (idem para qualquer pessoa mesmo não conhecida). Quando virem o Mário Moreno a fazer mal a alguém (conhecido, ou desconhecido), então disparem sobre ele.
Ai-ai!:-|
Li. Resta-me saber se o Mário percebeu o que eu quis dizer com o que escrevi!? I.e., eu cá não gostaria que alguém comentasse no meu blog sabendo bem quem eu era mas sem se identificar; ressentir-me-ia com a desigualdade, creio (bom, na verdade, também não sei se é o caso, apenas imaginei que fosse; e, ainda que o seja, de facto - tenho que o repetir e com isso calar-me - não é hortaliça do meu quintal).
Fico-lhe grata pela resposta, ainda que arrependida de ter puxado o assunto durante as férias da dona da casa. Pela parte que me toca, este espaço sempre foi muito agradável, e faço votos para que assim se mantenha.
Over & out!
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