terça-feira, julho 11, 2006

Rainha Santa em Coimbra

Na semana passada houve procissão em Coimbra, na quinta feira a Rainha Santa desceu à cidade e no Domingo recolheu ao Convento, na outra margem do Mondego, de dois em dois anos a procissão lá se repete, mais ou menos bem orientada, o ponto alto desta festividade religiosa é na Quinta Feira quando ela entra no Largo da Portagem, é quando lhe é feito o discurso de boas vindas à cidade, escolhi este poema de António Lopes Ribeiro e cuja interpretação ficou célebre pela voz de João Villaret.


Tocam os sinos da torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.
Mesmo na frente, marchando a compasso,
De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com o braço,
Logo o trombone faz popó, popó.
Olha os bombeiros, tão bem alinhados!
Que se houver fogo vai tudo num fole.
Trazem ao ombro brilhantes machados,
E os capacetes rebrilham ao sol.
Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.
Olha os irmãos da nossa confraria!
Muito solenes nas opas vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia havia
Tantos bigodes e tais sobrancelhas!
Ai, que bonitos que vão os anjinhos!
Com que cuidado os vestiram em casa!
Um deles leva a coroa de espinhos.
E o mais pequeno perdeu uma asa!
Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.
Pelas janelas, as mães e as filhas,
As colchas ricas, formando troféu.
E os lindos rostos, por trás das mantilhas,
Parecem anjos que vieram do Céu!
Com o calor, o Prior aflito.
E o povo ajoelha ao passar o andor.
Não há na aldeia nada mais bonito
Que estes passeios de Nosso Senhor!
Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Já passou a procissão.

2 comentários:

Rui disse...

:))

Beijo.

APC disse...

Ah, o que eu ouvi isto na infância!... Vezes a fio, tentando acompanhar aquela expressividade "vilaretiana" tão característica que quase nos obriga a fazer uma careta a cada momento, lol. E agora pus-me a cantar!, ah pois! :-)
Que boa partilha, esta!!!