quinta-feira, junho 15, 2006

Realidade, será?


Se continuarmos neste ritmo de destruição isto pode ser real.

Carta escrita em 2070:

"Estamos no ano de 2070, acabo de completar os 50, mas a minha aparência é de alguém de 85.Tenho sérios problemas renais porque bebo muito pouca água. Creio que me resta pouco tempo.Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade.Recordo quando tinha 5 anos. Tudo era muito diferente.Havia muitas árvores nos parques, as casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro com cerca de uma hora.Agora usamos toalhas em azeite mineral para limpar a pele.Antes todas as mulheres mostravam a sua formosa cabeleira.Agora devemos rapar a cabeça para a manter limpa sem água.Antes o meu pai lavava o carro com a água que saía de uma mangueira.Hoje os meninos não acreditam que a agua se utilizava dessa forma.Recordo que havia muitos anúncios que diziam CUIDA DA AGUA, só que ninguém lhes ligava; pensávamos que a agua jamais se podia terminar.Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aquíferos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados.Antes a quantidade de agua indicada como ideal para beber era oito copos por dia por pessoa adulta.Hoje só posso beber meio copo. A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo; tivemos que voltar a usar os poços sépticos (fossas) como no século passado porque as redes de esgotos não se usam por falta de água.A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele pelos raios ultravioletas que já não têm a capa de ozono que os filtrava na atmosfera.Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados.As infecções gastrointestinais, enfermidades da pele e das vias urinárias são as principais causas de morte.A industria está paralisada e o desemprego é dramático.As fábricas dessalinizadoras são a principal fonte de emprego e pagam-te com agua potável em vez de salário.Os assaltos por um bidão de agua são comuns nas ruas desertas.A comida é 80% sintética. Pela ressiquidade da pele uma jovem de 20 anos está como se tivesse 40.Os cientistas investigam, mas não há solução possível.Não se pode fabricar agua, o oxigénio também está degradado por falta de arvores o que diminuiu o coeficiente intelectual das novas gerações.Alterou-se a morfologia dos espermatozóides de muitos indivíduos, como consequência há muitos meninos com insuficiências, mutações e deformações.O governo até nos cobra pelo ar que respiramos. 137 m3 por dia por habitante e adulto.A gente que não pode pagar é retirada das "zonas ventiladas", que estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam com energia solar, não são de boa qualidade mas pode-se respirar, a idade média é de 35 anos.Em alguns países ficaram manchas de vegetação com o seu respectivo rio que é fortemente vigiado pelo exercito, a agua tornou-se um tesouro muito cobiçado mais do que o ouro ou os diamantes.Aqui em troca, não há arvores porque quase nunca chove, e quando chega a registar-se precipitação, é de chuva ácida; as estações do ano tem sido severamente transformadas pelas provas atómicas e da industria contaminante do século XX.Advertia-se que havia que cuidar o meio ambiente e ninguém fez caso.Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem descrevo o bonito que eram os bosques, lhe falo da chuva, das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a agua que quisesse, o saudável que era a gente.Ela pergunta-me: Papá! Porque se acabou a agua?Então, sinto um nó na garganta; não posso deixar de sentir-me culpado, porque pertenço à geração que terminou destruindo o meio ambiente ou simplesmente não tomámos em conta tantos avisos.Agora os nossos filhos pagam um preço alto e sinceramente creio que a vida na terra já não será possível dentro de muito pouco porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível.Como gostaria voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto quando ainda podíamos fazer algo para salvar o nosso planeta terra!"

Documento extraído da revista biográfica "Crónicas de los Tiempos" de Abril de 2002.
(retirado de um blog da net k agora n consigo encontrar, as minhas desculpas)

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